quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

LIÇÕES DADAS PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO PARTE 1

I. Horror ao pecado

ue boas lições, diz o Padre Faber, podemos retirar da meditação do Purgatório! A primeira, a que domina todas as ou traz, é o amor da pureza, em geral, e como consequência, o temor de ofender a Deus, a fuga das ocasiões do pecado, — o desejo de mortificar-se para expiar as próprias faltas, — o zelo em ganhar as indulgências.
Apenas desprende-se do corpo, a alma se encontra, sem poder explicar como se dá isto em face de Deus, a quem vê, a quem conhece... e sente-se naturalmente atraída a ele com uma violência que nada tem de comparável na terra... Mas, de repente, revela-se-lhe a pureza de Deus, — essa pureza que é alguma coisa de indizível em linguagem humana, e, conhecendo-se ainda maculada, embora levemente, concebe tal horror de seu estado e logo tal desejo de se purificar para se unir a Deus, que se precipita incontinente nas chamas do Purgatório onde espera a sua purificação. Assim entende Santa Catarina de Gênova, a qual acrescenta: «Se esta alma conhecesse outro Purgatório mais terrível, em que se purificasse mais depressa, aí é que ela se arrojaria na veemência de seu amor por Deus. Havia de preferir mil vezes cair no inferno a comparecer ante a Divina Majestade com a mais ligeira mancha.» E, no Purgatório, essa alma justa e amante deixa de olhar tudo o mais para fixar duas coisas: a pureza de Deus a quem ama, e a necessidade de se tornar digna dessa pureza. Entretanto, sofre, e sua dor é tanto mais viva quanto ela ignora completamente quando cessará o exílio que a tem longe de Deus! Diz ainda Santa Catarina: «É tão cruciante a pena, que a língua não pode exprimi-la, nem a inteligência conceber-lhe o rigor. Conquanto Deus em sua bondade me tenha permitido entrevê-la um instante, não a posso descrever... Todavia, se uma alma, que ainda não está purificada, fosse admitida à visão de Deus, sofreria dez vezes mais do que no Purgatório; porque não estaria em condições de acolher os efeitos dessa bondade extrema e misericordiosa justiça. » Não é verdade que tal doutrina nos faz temer a menor falta e amar cada vez mais a pureza? Roguemos às almas do Purgatório que nos alcancem o horror do pecado.

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