quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Tem muito mérito o sufrágio às ben­ditas almas.

São Francisco de Sales vê no socorro que pres­tamos às almas, todas as obras de caridade. “Não é visitar os enfermos, diz o Santo Doutor, obter por nossas orações o alívio das pobres almas que sofrem no purgatório? Não é dar de beber aos que têm sede tão grande da visão de Deus, dar o orvalho da nossa oração às que estão entre as chamas? Não é dar de comer aos que têm fome, ajudá-las pelos meios que a fé nos oferece? Não é verdadeiramente libertar os prisioneiros? Não é vestir os nus e lhes dar uma ves­te de luz e de glória? Não é dar hospitalidade, dar entrada na Celeste Jerusalém e fazer as almas ami­gas de Deus e dos Santos, fazendo-as moradoras eter­nas da Eterna Sião?” [1].

Ora, se Nosso Senhor declara que no dia de Juízo há de dar o céu e uma grande recompensa às obras de caridade, não há de recompensar generosamente estas obras de caridade para com as benditas almas?

Tem muito mérito o sufrágio, o socorro às ben­ditas almas.

Ó, quando vier o dia de Juízo, felizes os que ti­verem socorrido as pobres almas! Quanto mérito nes­ta obra de caridade — o sufrágio dos mortos!

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Vítimas pelas almas

Há muitas almas generosas que chegam ao he­roísmo de se oferecerem como vítimas pelas almas do purgatório. É um ato heroico e um meio extraor­dinário que não podemos aconselhar a todos, mas que só algumas almas generosas com aprovação do con­fessor e em circunstâncias especiais o poderiam fazer.

Quando Santa Catarina de Sena per­deu o pai, que era um homem de uma piedade edifi­cante, pediu a Nosso Senhor que o levasse logo, sem demora, para o céu e que ela se oferecia para sofrer tudo quanto tivesse ele de padecer no purgatório. “Enviai-me, Senhor, os sofrimentos que deveria pa­decer meu pai; eu os suportarei por ele!” Este ato generoso e heroico obteve o céu para Giacomo — con­ta Joergensen. Todos soluçavam na morte do velho e uma alegria imensa invadia a alma da Santa. Ela mesma colocou no caixão o corpo do pai e, incli­nada sobre aquela face pálida, murmurava: “Ó, se eu pudesse estar agora onde estás!”.

Um sofrimento horrível invadiu a alma de Santa Catarina de Sena. Era uma dor terrível, acompa­nhada de uma doce paz. Compreendeu ela que seria a dor das almas do purgatório.

As almas do purgatório nos socorrem


Santa Catarina de Bolonha escrevia: “Quando quero obter com segurança uma graça, recorro às al­mas padecentes e a graça que suplico sempre me é concedida”.

Daí as expressões do Santo Cura d’Ars, que sem­pre repito: “Se soubéssemos quão grande é o poder das santas almas do purgatório e quantas graças po­demos alcançar por sua intercessão, não seriam elas tão esquecidas”.

Vamos, pois, tenhamos caridade, tenhamos pie­dade das pobres almas sofredoras. Deus não permi­tirá que sofra muito no purgatório quem neste mun­do socorreu os mortos. Portanto, é de nosso interes­se, sufragar os mortos. A experiência o prova mil vezes quanto a devoção às almas é útil e vantajosa aos vivos. “O que nós lhes dermos em sufrágios, diz Santo Ambrósio, se muda em graças para nós, e os havemos de achar depois da morte”.

Nas revelações de Santa Brígida lê-se que a Santa viu um Anjo que descendo ao purgatório para consolar as almas dizia: Bendito seja aquele que ain­da na terra, enquanto vivo, ajuda as almas do pur­gatório com orações e boas obras!

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Oremos por todos quan­tos nos fizeram algum benefício na terra

Sim, bem sagrados e graves são nossos deveres para com os mortos. Temos obrigação de justiça e de caridade em sufragar os defuntos. Não bastam lágrimas, flores, coroas, homenagens póstumas. Tu­do isto é mais consolo para os vivos que alívio para os mortos, dizia Santo Agostinho.

Devemos, pois socorrer os defuntos:

1° — Em razão do parentesco e do sangue.
2° — Por gratidão, aos benfeitores nossos.
3° — Por justiça.
4° — Por caridade.

Próximos mais próximos de nós, dizia São Francisco de Sales, naturalmente são nossos pais. Não nos esqueçamos da alma de um pai querido, de uma saudosa mãe. Foram tão carinhosos e se sacrifica­ram por nós! Não estarão talvez no purgatório? Nos­so amor filial os canonizou logo depois da morte e os colocou no céu! Ah! E talvez gemam e sofram no pur­gatório. Estão salvos, é verdade, no seio de Deus, entre as santas almas, porém... são terríveis os so­frimentos do purgatório.

Santa Monica teve o cuidado de recomendar a Santo Agostinho: — Meu filho, não me esqueças no santo altar!

A Igreja tem uma oração especial nas missas de defuntos pelo pai e mãe do sacerdote e que cada fiel pode repetir:

“Ó Deus, que nos ordenastes que honrássemos o nosso pai e nossa mãe, tende piedade, pela vossa cle­mência, das almas de meu pai e de minha mãe, e perdoai-lhes os seus pecados. Permiti também que eu possa um dia tornar a encontrá-los”.

Que tocante oração!
Ave Maria