sábado, 11 de janeiro de 2020

2° Motivo para Socorrer as Almas do Purgatório

Segundo motivo: O serviço que prestamos a nós mesmos

1º. Adquirimos um protetor certo no Céu. A alma que nossas orações tiverem libertado, contraiu para conosco, só pelo fato de seu resgate, uma estrita obrigação de reconhecimento; primeiro, diz o padre Faber, pela glória da qual lhe antecipamos a hora; depois, em razão dos horríveis sofrimentos aos quais a arrancamos; assim, é para ela um dever obter-nos incessantes graças e bênçãos. No Céu também se ama e se é reconhecido! E não é somente essa alma que fica reconhecida, é seu anjo da guarda também, é a Santíssima Virgem a quem essa alma era consagrada, é o próprio Jesus que a nossas orações deve o glorificá-la mais cedo. — E o anjo da guarda, e Maria e Jesus, também eles nos testemunham sua alegria com benefícios novos.
2º. — Constituímos no Céu um representante nosso que, em nosso nome, adora, louva e glorifica o Senhor. — Aquele que serve a Deus na terra, nunca está satisfeito; não sabe, não pode amar como deseja e sente a necessidade de fazê-lo; mas, se libertou uma alma do Purgatório, oh que alegria, que consolação a de poder dizer: Uma alma santa que ama perfeitamente a Deus, foi amá-lo por mim; e, enquanto eu estou na terra ocupado, nas funções e trabalhos da vida, talvez até esquecendo-me de Deus, lá no Céu ela, talvez muitas, sem interromperem um só momento seu cântico de amor indizível, adoram, glorificam a majestade e a beleza do Altíssimo, e fazem-no em meu nome! 3º. — Constituímos protetores nossos as almas por quem oramos. O ensino comum dos teólogos é que, não podendo as almas do Purgatório orar eficazmente por si, podem, todavia, alcançar graças para nós, «São santas, diz Suarez, caras a Deus; a caridade leva-as a nos amar... Por que não intercederão conosco, mesmo quando expiam por si? É o que se dá conosco sobre a terra, pois que, embora devedores em relação a Deus, não hesitamos nunca em rogar pelo próximo.» Pode-se, portanto, invocá-las nas necessidades, nos perigos, nas inquietações. Os fiéis o praticam habitualmente e há poucas almas piedosas que não possam dizer: Quando tenho pedido alguma graça pelas almas do Purgatório, é raro que não a tenha alcançado.

 

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