terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Penitência pelos mortos

Somos obrigados a fazer penitência se quisermos salvar nossa alma. Só há dois caminhos para en­trar no céu: o da inocência e o da penitência. Nosso Senhor dos adverte: “Se não fizerdes penitência, to­dos vós igualmente perecereis”. Ora, a penitência, além de nos ser necessária, é muito meritória, e a podemos aplicar em sufrágio das pobres almas do purgatório. Tiraremos duplo proveito: nossa san­tificação e o alívio das almas sofredoras.

O sofrimento junto com a prece tem uma eficá­cia extraordinária para alcançar de Deus todas as graças. Outrora, vemos na Escritura, quando os Pro­fetas e o povo de Deus desejavam obter do céu mise­ricórdia ou graças, entregavam-se aos jejuns, cilícios e austeridades. Nossa penitência aqui é muito meritória. Soframos pelos mortos!

“Aliviemos as almas do purgatório, diz São João Crisóstomo, aliviemo-las por tudo o que nos penali­za, porque Deus tem cuidado em aplicar aos mortos os méritos dos vivos”. Escreve Berlioux: “O sofri­mento é a grande satisfação que o Senhor pede aos devedores da Justiça. Logo, soframos pelos nossos mortos, a fim de que eles sofram menos. Oh! Se ti­véssemos uma fé mais viva, uma caridade mais arden­te, que mortificações nos imporíamos a nós mesmos para libertar nossos parentes e amigos do purgatório, eles que tanto nos amaram, que sofreram talvez por nós e estão agora sofrendo de uma maneira tão hor­rível! Já que não somos capazes de tamanhas peni­tências como os santos, tenhamos generosidade para alguns pequenos sacrifícios. O sacrifício de um pra­zer, de uma afeição perigosa, de uma leitura má, de uma vaidade, etc”. “Escolhei a melhor vítima, acon­selha o Pe. Felix, S.J., escolhei-a, sobretudo, no fun­do de vosso coração”. “Por aqueles que amais, sacri­ficai o que tendes de mais caro. Sacrificai-vos a vós mesmos, e que o preço do sacrifício pessoal se torne o resgate do sofrimento”. “Ah! vejo, acrescenta o Pa­dre Berlioux, vejo essas almas felizes elevarem-se para o céu, nas asas de nossos sacrifícios, de nossas austeridades e sofrimentos!”.

Que objeto de consolação e de esperança! Ó, meu Deus! Ó, Jesus Crucificado, fazei-nos compreender o valor do sofrimento!

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