segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Os Méritos da Cari­dade para o alívio e libertação das santas almas so­fredoras do purgatório


São João Crisóstomo aconselhava, numa exorta­ção, uma maneira de aliviar o sofrimento da sauda­de dos mortos, de um filho querido que a morte arre­batou, de um ente, enfim, que vimos partir para a eternidade, deixando-nos saudosos. Diz o Santo Dou­tor: “Perdeste um filho querido e não sabeis o que fazer para testemunhar a vossa dor. Quereis ser útil ainda ao vosso filho? Nada mais simples. Assiste a um coerdeiro pobre. Tomai um pobre para socor­rer. Dai aos pobres o que desejaríeis dar ao morto querido que chorais. Não tereis perdido o herdeiro do céu e arranjareis um coerdeiro na terra, que é o pobre. Em vez de uns miseráveis bens temporais que havíeis de deixar para um filho, lhe dareis a he­rança da posse de Deus no céu nos bens eternos. Eis como podeis socorrer vossos entes queridos muito mais do que se estivessem neste mundo”.
Ordena a admirável e santa Regra de São Bento que quando morra um monge, durante trinta dias se ofereçam por sua alma o Santo Sacrifício e a ração de alimento que lhe pertencia seja dada aos pobres.
Que bela tradição! Sejamos caridosos para com os pobres da terra o apliquemos o mérito desta cari­dade para o alívio e libertação das santas almas so­fredoras do purgatório. Pratiquemos a dupla caridade.
Sim, é um dever, pois a caridade cristã exige que ajudemos o próximo quando necessita do nosso auxílio.
E quem está em maior necessidade do que estas santas prisioneiras? Elas estão continuamente no meio de um fogo que atormenta muito mais que o fogo deste Mundo; acham-se privadas da visão de Deus, pena maior que todas as outras. Consideremos também que ali podem, talvez, estar penando as Almas de nossos pais, irmãos, esposo ou esposa, parentes, amigos e benfeitores que esperam os nossos sufrágios.
Se assim, o fizermos, não só seremos agradáveis ao Senhor, mas também adquiriremos muitos méritos; porque estas Almas benditas não cessarão de suplicar ao Senhor por nós até nos conduzirem à Pátria Celestial. Tenho como certo que uma Alma tirada do Purgatório por alguma pessoa piedosa, depois de entrar no Céu, não cessará de dizer a Deus: ‘Senhor, não permitais que aquela pessoa caridosa, que me libertou do cárcere do Purgatório e que fez com que eu gozasse mais depressa da vossa divina presença, gema para sempre chamas infernais.’ Procurem, pois, todos os fiéis aliviar as benditas Almas e livrá-las do Purgatório, aplicando-lhes todos os sufrágios que possam, como Santas Missas, Vias Sacras, Comunhões, Indulgências, Novenas, etc, mas principalmente a Santa Missa (de sempre) e a esmola pois nascem diretamente da caridade.

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